No luxuoso universo dos relógios, uma transformação intrigante está em andamento. Uma tendência inusitada que surgiu em 2023 está reformulando a indústria – a era dos relógios pequenos está de volta, trazendo uma nova era de elegância e refinamento.
A famosa feira anual de relógios de luxo em Genebra, “Watches and Wonders”, foi o palco onde essa transformação veio à tona. Mais de uma dúzia de marcas revelaram novas linhas de produtos em tamanhos menores, mesmo aquelas marcas que sempre foram sinônimo de tamanhos grandes.
Porém, para entender essa mudança, precisamos olhar para trás. Nos primórdios, os relógios eram grandes, uma herança dos relógios de bolso. Em 1911, Louis Cartier projetou um relógio de pulso menor para o aviador Alberto Santos Dumont, marcando o início da jornada para relógios menores.
No final dos anos 40 e continuando até os anos 50 e 60, os relógios tiveram seu tamanho reduzido, chegando a 35 a 38 milímetros de diâmetro. Esta tendência foi interrompida no final dos anos 90, quando os relógios mecânicos ressurgiram da crise do quartzo, voltando a ser grandes.
Então, em 2017, o Rolex Daytona 6239 de Paul Newman, com modestos 37 milímetros, foi vendido em leilão por um valor recorde de US$ 17,7 milhões. Foi o ponto de virada, trazendo os relógios menores de volta ao foco.
Hoje, a tendência dos relógios menores está florescendo. Modelos como o Glass Box Carrera da TAG Heuer, agora com 39 milímetros, e o Tudor Black Bay 54 de 37 milímetros, são testemunhos do crescente amor por designs menores. Até mesmo a Panerai, conhecida por suas proporções amplas, lançou o Radiomir Quaranta de 40 milímetros.
Esse redirecionamento para tamanhos menores não é apenas uma homenagem ao vintage, como explica Danny Govberg, presidente da WatchBox. “Trata-se da próxima geração de compradores. Pessoas como meu filho querem um relógio mais confortável”. Essa nova geração busca um design refinado e uma sensação de neutralidade de gênero.
A crescente preferência por relógios menores reflete um movimento em direção a uma elegância sutil, que funde o design atual com um senso de neutralidade de gênero. “Os homens estão usando o que costumava ser definido como relógios femininos. Eles querem algo mais elegante, mais refinado”, observa Justin Reis, CEO da WatchBox.
Por último, mas não menos importante, o mercado de relógios de luxo está passando por uma revolução silenciosa. Com relógios menores e mais elegantes ganhando destaque, fica a lembrança de que, no mundo do luxo, a grandeza nem sempre reside no tamanho.
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