As experiências pessoais com dinheiro de cada pessoa representam, talvez, 0,00000001% do que aconteceu no mundo, mas, talvez, 80% de como pensamos que o mundo funciona. – Morgan Housel
Vamos começar com um experimento mental. Imagine que você começou a trabalhar e a investir no início dos anos 80. Pense em todas as crises pelas quais você teria passado:
- Os Estados Unidos estavam saindo da estagflação, e a taxa do Fed alcançava impressionantes 18%.
- A Black Monday em 1987, durante a qual os mercados caíram 30%.
- O calote da dívida russa em 1998, seguido pela queda das empresas ponto com em 2000 e o 11 de setembro.
- A crise financeira global em 2007, quando o S&P 500 perdeu metade de seu valor em 18 meses.
- Por fim, a crise da Covid, cujos efeitos ainda estamos sentindo.
Todas as situações mencionadas acima foram grandes crises certificadas. Houve muitas outras que poderiam ter resultado em consequências igualmente graves, mas não pensamos ou falamos sobre elas, pois os riscos nunca se materializaram – a crise da Evergrande (2021), a crise da dívida europeia (2012) e a crise asiática (1998) são apenas alguns exemplos.
Agora, pense em quantas vezes você estava preocupado com uma dessas crises e ajustou seu portfólio para se adequar à crise em andamento. No fundo, todos nós sabemos que seguir sua estratégia é um dos melhores métodos para obter grandes retornos a longo prazo. Mas você teria feito isso, considerando o que estava acontecendo no mercado?
Desempenho do S&P 500 (1983 – 2023)
As pessoas que investem em índices adoram destacar este gráfico e afirmar que o mercado só sobe a longo prazo. Porém, o que este gráfico não enfatiza são todas as quedas durante as quais você teve que manter seus investimentos enquanto eles eram cortados pela metade e a incerteza que vem com um portfólio com maior peso em ações.
Houve quatro períodos de várias décadas apenas no último século (1901-20, 1929-47, 1964-81 e 2001-13) em que as ações não tiveram retorno (esses períodos são conhecidos como as décadas perdidas). A maioria de nós subestima significativamente o risco da carteira que assumimos, principalmente com ações.
Há também essa grande suposição de que o mercado só sobe a longo prazo – enquanto isso se manteve para o mercado dos EUA, considere o caso do Japão. Se você tivesse começado a investir no mercado japonês nos anos 80, teria tido uma corrida incrível até 1990. Depois disso, você teria passado por uma média para baixo pelos próximos 20 anos – e ainda não teria cruzado o pico que alcançou nos anos 90! A Grécia é outro exemplo em que o mercado não se recuperou desde a crise de 2008.
A verdade é que uma vida é uma perspectiva muito estreita para confiar plenamente em sua própria experiência para prever com precisão e escapar de todas as crises. O bilionário investidor americano e gestor de fundos de hedge Ray Dalio teve seu momento humilhante logo cedo na vida. Recém-formado na faculdade, Ray estava trabalhando como um funcionário na Bolsa de Valores de Nova York quando o presidente Richard Nixon anunciou que os Estados Unidos estavam saindo do sistema de Bretton Woods de taxas de câmbio fixas que havia atrelado o valor do dólar ao ouro.
Ray estava confiante de que os mercados cairiam na manhã seguinte. Em vez disso, o DJI subiu 4% e o ouro disparou em o que mais tarde foi chamado de “rally Nixon”. Refletindo sobre o evento, Ray disse:
“Foi uma lição para mim. Eu desenvolvi um modus operandi para esperar surpresas. Aprendi a não deixar minhas experiências dominarem meu pensamento; eu poderia ir além de minhas experiências para ver como a máquina funciona.”
Ray começou a trabalhar na criação de uma carteira passiva com um objetivo simples: deveria ter um desempenho razoável daqui a 20 anos sem tentar prever nada sobre o futuro. Levaria a Ray e sua equipe 25 anos de aprendizado para aperfeiçoar a estratégia para All Weather (todos os climas). Mas a carteira que eles criaram foi capaz de alcançar o mesmo retorno do mercado de ações global, enquanto tinha 1/3 do risco.
A Carteira para Todos os Climas de Ray Dalio
Se analisarmos qualquer período da história econômica registrada, podemos categorizá-lo em apenas 4 tipos – Inflação, Deflação, Crescimento (Mercado em Alta) e Declínio (Mercado em Baixa). Se quisermos construir uma carteira que não precise de mais entradas, então precisamos criar uma que possa se apresentar em todas essas condições econômicas. É exatamente isso que Ray Dalio fez:
- 40% Ações – para fornecer crescimento e retorno durante as fases de expansão econômica.
- 15% Títulos do governo de médio prazo (7-10 anos) – para fornecer estabilidade e retornos durante períodos de deflação e recessão.
- 40% Títulos do governo de longo prazo (20-25 anos) – para fornecer proteção contra a inflação e retornos durante períodos de incerteza econômica.
- 5% Ouro e 5% Commodities diversificadas – para fornecer proteção contra a inflação e hedge contra riscos monetários e financeiros.
A ideia por trás dessa alocação é criar um portfólio equilibrado que possa se adaptar a todas as condições econômicas. Claro, isso não significa que a carteira será imune a perdas, mas as perdas podem ser menores e os retornos mais estáveis ao longo do tempo.
Um aspecto fundamental dessa estratégia é a diversificação. Além de diversificar entre classes de ativos, é crucial diversificar geograficamente e entre setores. Isso ajuda a mitigar riscos específicos de um país ou setor e garante que a carteira possa se beneficiar de oportunidades globais.
A lição aqui é que, em vez de tentar prever e reagir às crises, é mais prudente construir uma carteira que possa resistir a diferentes cenários econômicos e continuar a entregar retornos consistentes a longo prazo. Isso exige que você abrace a humildade e reconheça que sua própria experiência pessoal e previsões são limitadas, e que o melhor caminho a seguir é criar uma carteira diversificada e equilibrada, preparada para enfrentar o desconhecido.
Em última análise, a sabedoria de Ray Dalio e sua abordagem de “Carteira para Todos os Climas” servem como um lembrete poderoso para os investidores de que as crises são inevitáveis, mas a maneira como construímos nossos portfólios pode nos ajudar a navegar por esses eventos incertos com maior segurança e sucesso financeiro. A chave é adotar uma mentalidade de longo prazo, aceitar a incerteza e aprender com as experiências passadas para criar um plano de investimento sólido e resiliente.
A carteira Advisor do byebnk possui os mesmos objetivos e estratégias da carteira All Weather do Ray Dalio
A carteira Advisor do byebnk foi criada com base nos mesmos princípios e estratégias da carteira All Weather do Ray Dalio. Essa carteira busca proporcionar aos investidores uma diversificação eficiente, proteção contra diferentes cenários econômicos e retornos consistentes a longo prazo.
Assim como a carteira All Weather, a carteira Advisor do byebnk é composta por uma combinação de ações, títulos do governo de médio e longo prazo, imóveis e commodities diversificadas. Essa alocação permite que os investidores se beneficiem do crescimento e retornos durante as fases de expansão econômica, ao mesmo tempo em que oferece proteção contra a inflação, deflação e riscos monetários e financeiros.
A equipe por trás do byebnk também reconhece a importância da diversificação geográfica e setorial, garantindo que a carteira Advisor esteja bem posicionada para aproveitar oportunidades globais e mitigar riscos específicos de um país ou setor.
Em resumo, a carteira Advisor do byebnk é uma opção de investimento atraente para aqueles que desejam adotar uma abordagem mais equilibrada e de longo prazo para seus investimentos, seguindo os passos de Ray Dalio e sua bem-sucedida estratégia de “Carteira para Todos os Climas”.
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