O mercado de crédito no brasil pode sofrer uma grande repressificação que terá impacto não só para os gestores de crédito e cotistas dos fundos, mas também para as próprias empresas, que terão um custo maior para se financiar.
O cenário atual de juros e inflação elevados está na raiz deste problema, mas não é o único fator.
Do lado das empresas
A piora nas condições macroeconômicas teve impacto direto nos balanços, onde já se percebe uma deterioração relevante nos índices de alavancagem e geração de caixa.
De acordo com o Indicador de Inadimplência da Serasa Experian, no mês de novembro havia mais de 6,3 milhões de empresas negativadas. É a maior quantidade atingida desde o início da série histórica do índice, em 2016
Do lado dos investidores
Com o aumento do CDI e as incertezas macroeconômicas locais e globais, houve uma grande migração de recursos da renda variável para a renda fixa em 2021 e 2022. Esse movimento fez com que os investidores aceitassem receber menos por um risco maior, beneficiando a performance de títulos como debêntures no mercado local e mascarando o verdadeiro risco de crédito dos emissores, que vinha se deteriorando no atual quadro micro e macroeconômico. Em outras palavras, já estava cada vez mais claro que o prêmio de risco para investir em alguns papeis de empresas brasileiras não compensava adequadamente o risco desse investimento.
O mercado de papéis de empresas brasileiras negociadas no exterior reforçava essa constatação: os títulos emitidos lá fora por empresas brasileiras comandavam prêmios de risco significativamente maiores que os praticados no mercado local. Havia empresas cuja debênture local negociava a CDI + 1% a.a., enquanto os bonds offshore pagavam 10% em dólar. O risco de crédito nos dois títulos era semelhante, mas parece que o prêmio oferecido no mercado internacional refletia melhor o verdadeiro risco de crédito, enquanto os títulos locais premiavam pouco o investidor.
O estresse gerado pelo caso da Americanas aumentou o movimento de resgates de fundos de crédito, mas os dados atuais ainda não mostram o cenário completo, já que muitas carteiras têm carência superior a 30 dias para saques. Veremos nos próximos dias se mais fundos serão obrigados a vender títulos, nos preços possíveis, para dar saída a seus cotistas O aumento percebido do risco de crédito e uma reversão parcial dos fluxos devem acelerar este processo de reprecificação.
Melhor forma de aproveitar as oportunidades de Renda Fixa no Brasil
De toda forma, essa é uma evidência que mesmo para aproveitar as oportunidades de renda fixa no Brasil o melhor caminho é investindo pelo mercado no exterior, já que o mercado é mais maduro e sabe precificar melhor os ativos. Entre em contato com um dos nossos brokers: https://tr.ee/ZiGvsdYrVT
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