Fala comigo!
Por diversas vezes você já deve ter ouvido falar sobre o ciclo econômico, que ele é isso, aquilo outro, e, talvez você não saiba bem o que isso significa. Estou aqui hoje para te ajudar a entender.
Vamos começar com uma reflexão. Você já observou como tudo na vida é cíclico? Podemos nos atentar a isso em diversas áreas da vida. São diversos altos e baixos nos rodeando o tempo todo. Isso são os ciclos, as oscilações entre os topos e os fundos. Caso você já tenha visto algum outro texto meu aqui em nosso blog, já sabe que eu gosto de usar o futebol como exemplo. Então vamos lá!
Nesse esporte podemos ver claramente como um ciclo funciona. É comum observarmos durante algum tempo um time que está muito bem, consegue conquistar títulos expressivos, parece que tudo conspira a favor daquele clube. Mas, muitas vezes sem uma explicação clara, as coisas começam a dar errado para aquela instituição. Os jogadores já não entregam mais o mesmo desempenho, as lesões que eram praticamente inexistentes começam a aparecer e por aí vai. O vento que antes soprava a favor, começa a soprar contra. Percebe a oscilação entre o topo e o fundo?
A economia nada mais é do que indivíduos realizando trocas dos mais diversos tipos de produtos e serviços. Ela segue os mesmos princípios de topos e fundos, onde as pessoas estão mais ou menos propensas a realizarem essas trocas.
Nos ciclos de alta, a atividade econômica é intensa, os negócios vão bem, as pessoas ganham dinheiro e vão gradativamente melhorando sua qualidade de vida. Assim como no futebol, tudo aqui parece dar certo e todos os planejamentos são bem sucedidos.
Nos ciclos de baixa acontece justamente o contrário, a atividade econômica é mais parada, vários negócios são obrigados a fechar, pessoas são obrigadas a adequar seus estilos de vida. E aqui tudo parece dar errado, gastos não previstos acontecem, o planejamento vai por água abaixo.
Por que o ciclo econômico existe?
Uma das grandes explicações para sua existência está no fato de existirem ciclos de crédito. As oscilações nas taxas de juros impactam diretamente essa atividade, podendo tornar a contração de dívidas mais ou menos caras, contribuindo para uma atividade econômica mais ou menos acelerada.
De maneira geral, taxas de juros baixas estimulam o consumo, e a contração de crédito fazendo com que mais dinheiro circule e a atividade econômica seja mais intensa. As taxas de juros altas trazem o efeito contrário, desestimulam o consumo e a contração de crédito, os agentes preferem poupar seus recursos e fazem com que a atividade econômica seja menos intensa.
Percebe mais uma vez como tudo na vida é cíclico?
Imagino que você deve estar pensando agora: tá, mas e por que o ciclo de crédito existe?
Então, lembra que no ciclo de alta tudo dá certo e no ciclo de baixa tudo dá errado? Existe um processo de transição entre eles, isso não acontece do dia para a noite. Nos momentos de bonança, nem sempre as melhores decisões são tomadas, e isso implica em resultados negativos lá na frente. Por exemplo, imagine que estamos no ponto mais alto do ciclo:
Um empreendedor bate na porta de um banco buscando dinheiro emprestado para a construção de uma loja de casaco de pele no meio do deserto do Saara. Como as coisas vão bem, a análise de crédito do banco acaba concedendo crédito para esse ousado rapaz. Porém, como se pode imaginar, o negócio deu errado e agora a ousadia se transformou em uma bela dívida inadimplente. Agora, imagine isso acontecendo com diversos indivíduos de uma vez. Isso implicará em uma postura mais rígida por parte do banco, dando início a um ciclo de baixa. À medida que os resultados desse aperto forem aparecendo, ou seja, maior inadimplência no crédito, o banco será mais maleável em sua postura.
De forma pragmática um ciclo econômico pode ser resumido em 4 estágios:
- Crescimento/Expansão: período no qual a economia apresenta um crescimento consistente, o que pode ser observado nos dados do PIB. É nesse momento que os agentes econômicos estão mais propensos a realizarem suas trocas.
- Pico: período no qual a economia atingiu seu ápice. É nessa fase que as distorções econômicas começam a ficar mais evidentes, como por exemplo, o aumento da inflação. Nesse período, observamos taxas de juros em patamares inferiores. É nesse momento que os agentes econômicos estão no ápice da sua capacidade de troca.
- Contração: momento no qual as distorções começam a ser corrigidas, culminando na desaceleração da atividade econômica. Nesse período, costuma se observar um aumento das taxas de desemprego, juntamente com o aumento das taxas de juros para conter a inflação. É nesse momento que os agentes econômicos estão menos propensos a realizarem suas trocas.
- Recessão: é o ápice da contração, caracterizado por taxas de desemprego em patamares elevados, juntamente com as taxas de juros. Nesse período, as maiores distorções são corrigidas e a economia se prepara para crescer novamente. É nesse momento que os agentes econômicos estão na base da sua capacidade de troca.
Os ciclos seguem essa dinâmica do crescimento à recessão, entretanto, a duração de cada fase é imprevisível.
A byebnk montou um modelo que, através da leitura de 4 indicadores econômicos, identifica em qual estágio do ciclo nós estamos. Se quiser saber mais sobre isso, acesse nosso site www.byebnk.com
André Lamounier,
engenheiro civil, pela FUMEC,
é diretor de investimentos da byebnk
https://www.linkedin.com/in/andre-lamounier/
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